A patela (também chamada rótula) é o osso da frente do joelho que está inserido no tendão do músculo da coxa chamado quadríceps e que tem a função de auxiliar na força de extensão do joelho, na força de frear o corpo e nas situações de levantar e agachar.

A patela desliza na tróclea femoral da extensão para flexão do joelho como uma espécie de “encaixe num trilho”. Como esse encaixe é muito raso, a patela necessita de estabilidade que é dada principalmente pelo quadríceps e por ligamentos, sendo que o ligamento patelofemoral medial é o mais importante deles.

Devido a esse encaixe mais raso, pode ocorrer uma lesão chamada luxação ou deslocamento da patela, quando a patela “sai do lugar”.

A luxação da patela ocorre quando ela se desloca geralmente devido a torção do joelho. Muitas vezes ela se desloca do joelho e retorna espontaneamente ao lugar, fazendo com que as pessoas achem que foi apenas um “mal-jeito”. Estudos mostram que, neste momento, ocorre a ruptura do ligamento patelofemoral medial em 98% das vezes e os pacientes sentem dor e inchaço no joelho.

Com o passar do tempo, o deslocamento da patela acaba ocorrendo outras vezes até mesmo de maneira espontânea. Esta situação é conhecida como instabilidade patelar pois o paciente sente insegurança e falseios no joelho devido à frouxidão do ligamento patelofemoral medial.

A luxação patela ocorre com maior frequência nas mulheres e na idade entre 12 a 30 anos, podendo ocorrer também nos atletas e nos homens.

Existem diversos fatores que contribuem para que ocorra a luxação da patela. São eles: a lesão do ligamento patelofemoral medial, a tróclea rasa (“encaixe mais plano”), o joelho valgo (em “X”), a hiperfrouxidão ligamentar, a fraqueza muscular, a patela “alta” e o tendão patelar inserido mais lateralmente na tíbia.

O diagnóstico da luxação da patela é feito pelo ortopedista especialista em joelho por meio de um exame físico detalhado, de uma história de deslocamentos da patela e de exames complementares como o RX, a tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética (RNM).

O tratamento da luxação da patela deve ser feito pelo ortopedista especialista em joelho que avaliará cada caso para indicar o tratamento específico.

Quando ocorre o primeiro episódio da luxação da patela, ela deve ser encaixada novamente no lugar. Caso isso não ocorra espontaneamente, o paciente deve ir a um pronto atendimento ortopédico para que sejam feitas radiografias e a patela seja reduzida (colocada no lugar) pelo médico. Nesse momento, o joelho deve ser imobilizado e o paciente deve ir ao ortopedista especialista em joelho para reavaliação e indicação do tratamento específico.

Como consequência dos episódios de luxação da patela, a cartilagem da patela pode sofrer um desgaste chamado condromalácia patelar ou condropatia patelar. Esse desgaste pode ser evitado com o tratamento adequado.

O tratamento da luxação da patela pode ser realizado com fisioterapia para fortalecimento muscular após o primeiro episódio. Contudo, quando não há melhora ou o paciente apresenta outros episódios de deslocamento da patela ou sinais de instabilidade patelar, a cirurgia do joelho é o melhor tratamento.

Há diversas técnicas de cirurgia do joelho para tratar a instabilidade patelar. A mais atual e com os melhores resultados é chamada de reconstrução do ligamento patelofemoral medial. Esta técnica consiste na utilização de um fragmento de tendão do próprio joelho do paciente, que é então colocado no lugar do ligamento rompido.

Após a cirurgia do joelho, o paciente deve realizar fisioterapia para poder retornar às atividades do dia a dia e aos esportes.

Em resumo, a luxação da patela causa insegurança e falseio no joelho dos pacientes, limitando muito as atividades diárias. O tratamento deve ser individualizado e geralmente é realizado por cirurgia no joelho. O paciente com luxação da patela ou instabilidade patelar deve consultar com o ortopedista especialista em joelho para que seja feita uma avaliação detalhada e o melhor tratamento seja indicado.