Os meniscos são pequenas “almofadas” entre os ossos do joelho, funcionando como verdadeiros amortecedores do joelho e atuando principalmente na distribuição da carga do peso corporal e na estabilidade articular.

Cada joelho possui 2 meniscos, um medial (interno) e outro lateral (externo), que possuem uma forma de “C”, o que favorece o encaixe perfeito entre as cartilagens dos côndilos do fêmur e da tíbia nos diversos movimentos da articulação do joelho.

Os meniscos são formados por fibrocartilagem e possuem uma vascularização peculiar por ser restrita apenas à região da periferia do “C”, nutrindo apenas um terço do menisco. O restante do menisco é nutrido pelo líquido sinovial da articulação.

Causas da ruptura do menisco

A lesão ou ruptura dos meniscos do joelho geralmente acontece devido a algum tipo de “mal-jeito” como o que ocorre nas pequenas torções (mais leves que as que rompem o ligamento cruzado anterior) e esforços como corridas e caminhadas longas. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente entre os 30 e 70 anos de vida.

Nos pacientes mais jovens, a ruptura do menisco normalmente ocorre associada a lesões do ligamento cruzado anterior (LCA).

Sintomas da lesão do menisco

O sintoma mais comum da ruptura do menisco é a DOR no joelho. A dor pode aparecer em alguns dias, melhorar e voltar a aparecer. Além disso, pode ser contínua e aos movimentos de agachar e entrar no carro, por exemplo.

Outros sintomas da ruptura do menisco são estalos no joelho, inchaço e sensação de falseio ou insegurança. O bloqueio ou “travamento” do joelho pode ocorrer num tipo de lesão chamado em “alça-de-balde”, onde um pedaço do menisco fica “preso” no meio da articulação do joelho.

Diagnóstico da ruptura do menisco

O diagnóstico da ruptura do menisco pode ser feito com um bom exame físico realizado pelo ortopedista especialista em joelho e confirmado com o exame de Ressonância Nuclear Magnética que confirma a lesão e direciona o melhor tratamento.

As radiografias não demonstram a lesão dos meniscos, mas devem ser realizadas para avaliar o eixo dos joelhos e a presença de sinais de artrose que podem influenciar na indicação do tratamento.

Tratamento da ruptura do menisco

No tratamento das lesões de menisco, quando a lesão é apenas degenerativa (ou seja, devido ao envelhecimento natural) mas sem ruptura do menisco, raramente a cirurgia é indicada. Da mesma forma, pacientes com rupturas pequenas dos meniscos e que não causam dor e outros sintomas podem ser tratados sem cirurgia.

Contudo, a maioria das rupturas dos meniscos tem indicação de tratamento com cirurgia de joelho que é realizada por artroscopia (por vídeo). Esta técnica permite uma avaliação precisa da lesão meniscal, rapidez na cirurgia realizada por ortopedista especialista em joelho e permite uma reabilitação precoce, com o paciente iniciando a fisioterapia no mesmo dia ao sair do hospital.

Quando a lesão do menisco é pequena ou na sua região sem vascularização, a técnica realizada é a meniscectomia parcial, na qual o pedaço rompido ou “rasgado” do menisco é recortado com o auxílio de pequenas pinças e tesouras especiais para artroscopia e depois é feita uma regularização dos contornos com um instrumento motorizado chamado shaver e com outro chamado radiofrequência. Assim, evita-se a retirada do menisco inteiro que poderia acarretar num desgaste precoce da articulação.

As rupturas na região periférica ou vascularizada do menisco podem sem tratadas por meio de sutura de menisco com pontos (ou costura) devido ao potencial de cicatrização meniscal proporcionado pela vascularização nesta parte do menisco. 

Atualmente, a sutura do menisco também pode ser realizada em outros tipos de lesão do menisco como radial, raiz meniscal, rampa meniscal, alça-de-balde, horizontal e extrusão meniscal. O objetivo é preservar o menisco para evitar uma sobrecarga da cartilagem do joelho e, consequentemente, progressão para artrose.

Outra técnica mais recente no nosso meio, é o transplante de menisco que pode ser indicado em casos onde foi necessária a retirada completa do menisco e o paciente evoluiu com dor no joelho devido a ausência do menisco e indicada em pacientes mais jovens.

Já a prótese de menisco ainda não existe ainda no Brasil. Contudo, estudos internacionais mostram bons resultados com prótese meniscal de colágeno ou de polímero para tratamento de lesões parciais ou meniscectomia parcial realizada anteriormente.

A indicação da melhor técnica de tratamento da lesão do menisco deve ser feita após uma avaliação completa pelo ortopedista especialista em cirurgia do joelho que indicará a necessidade da meniscectomia parcial (recorte) ou da sutura do menisco.