O deslocamento ou luxação da patela ocorre quando a patela “sai do lugar” no joelho devido principalmente à ruptura do ligamento patelofemoral medial (LPFM).

A lesão geralmente acontece durante a torção do joelho em atividades esportivas ou até mesmo em situações corriqueiras do dia-a-dia, como descer escadas e levantar. 

Os pacientes com luxação da patela comumente apresentam alterações anatômicas consideradas como “pequenos defeitos de fábrica” no joelho. 

Dentre os fatores de risco para luxação da patela, destacam-se:

– tróclea femoral rasa (trilho da patela mais plano)

– patela alta

– tendão patelar lateralizado 

– hiperfrouxidão ligamentar 

– joelho valgo

– sexo feminino 

– idade abaixo dos 20 anos.

O tratamento clínico (conservador) com fisioterapia geralmente é indicado para a luxação aguda da patela, enquanto a luxação recorrente da patela tem indicação de tratamento cirúrgico. Nestes casos, uma avaliação detalhada do paciente com exames complementares por meio de radiografias, ressonância magnética e tomografia computadorizada deve ser realizada para identificação de possíveis alterações anatômicas que necessitem de correção cirúrgica.

Há inúmeras técnicas cirúrgicas para o tratamento da luxação recorrente da patela ou instabilidade patelar. A essência do tratamento é a reconstrução do ligamento patelofemoral medial, que pode ser combinada com realinhamento patelar, trocleoplastia ou outros procedimentos cirúrgicos. A cirurgia deve ser planejada e realizada conforme as alterações anatômicas presentes, sendo que a técnica cirúrgica será individualizada conforme cada paciente.

Como fato histórico, o Dr. Fabiano Kupczik foi o pioneiro no estado do Paraná e um dos primeiros no Brasil a fazer a cirurgia de reconstrução do ligamento patelofemoral medial com enxerto do terço medial do tendão patelar em janeiro de 2004 e é uns dos cirurgiões com mais experiência nesta técnica ao redor do mundo. Em 2006, ganhou um prêmio no Congresso da SLARD (Sociedade Latinoamericana de Cirurgia do Joelho) como um dos melhores trabalhos científicos apresentados e em 2020 defendeu sua Tese de Doutorado na USP sobre este tema.